Reconectando-se [DROPS]

Oi! O assunto é longo, a história idem, mas eu queria deixar registrado hoje um pouco do que eu senti no treino de hoje.
Depois da perda de uma grande amiga no ano passado, acabei me afastando um pouco do “pomposo” mundo da corrida, onde ~corredores~ adoram tirar fotos, marcar os outros e morder medalha. Acontece que eu me senti atraído por esta amiga, e sem mais nem menos ela se foi em maio de 2012. Desde então, comprei uma segunda bike, e passei a treinar mais nas pedaladas nos fins de semana, hora para esquecê-la, e muitas vezes para lembrá-la (era uma das coisas que tínhamos em comum). Nos horários mais inóspitos da cidade eu fazia o meu treino, com The Killers ao fundo, eu, minha magrela e as ruas. Então desapareci um pouco do cenários e da turma do Oba Oba. Foi uma escolha essencialmente pessoal. Era o meu momento e não havia ninguém que entenderia isto. Foram duros meses em que treinava, mas não com a mesma intensidade que outrora, e duramente, os treinos sempre me lembravam dela. Durante um curto espaço de tempo, fomos parceiros na corrida e eu ficava muito feliz pela evolução dela. E de uma hora para outra tudo se foi, sem explicação. Aprender a superar a dor da perda é algo bem complicado quando se está sentindo um carinho acima do normal por alguém.

Então, vivendo neste inverno intenso, eu tentava dividir as atividades (que não eram poucas).

No treino de hoje, estranhamente notei coisas que poderiam passar despercebidas: No horário de pico do parque do povo, quase não existem mais guarda volumes disponíveis para utilização. Vários profissionais engravatados, vestidos de social e jovens entravam e trocavam suas roupas para fazer a prática esportiva. Estranhamente percebi uma movimentação acima do normal, afinal aquilo é um parque público, e às 19:00, quase todas as pessoas só querem chegar em casa, fazer sua refeição, assistir mentiras na televisão e ir dormir. Mas toda aquela galera estava lá, por algum motivo: ou porque queriam perder peso, ou porque brigaram com alguém, ou porque queriam correr.
E durante o treino de hoje, no parque, vi tanta gente que não via antes. Me acostumei aos treinos solitários, sem pessoas por perto, sem horários cheios e sem vida. Mas quando você corre às 19 horas, não há como não ver gente.
O parque tá pequeno, assim eu e o meu sobrinho Fernando estamos fazendo um cross-Training na selva de pedra. Parque do Povo até o Parque do Ibira > Bate e volta.

Neste trajeto, vi muita gente na rua, do mesmo modo que eu estava fazendo, procurando se entender na corrida ou querendo chegar a algum lugar.
O grande problema é que este era o meu habitat no GPA Clube, a assessoria que eu frequentava antes de sair do grupo, em 2011. Após este período, me vi sozinho, treinando. Mas hoje pareceu q este mundo de pessoas correndo e olhando umas para as outras se abriu novamente. Uma cortina que havia se estendido por quase 10 meses e que está voltando a se abrir. Olhando toda essa galera, eu entendo um pouco mais porque tanta gente me procura através do Blog aqui e do site: Eles querem correr! Simples, só isso.
Mais a esclarecer nos próximos posts…

Em tempo: Hoje essa música ficou na minha cabeça o tempo todo…

O vídeo incorporada não abre na página, então é só clicar no link “assista no YouTube”

~A tradução é mais ou menos assim~ (Você não se vê cruzando a linha de chegada com essa música?)

Ler Minha Mente

Na esquina da rua principal
Estou apenas tentando manter a linha
Você diz que quer seguir em frente
E que estou ficando pra trás

Você pode ler minha mente?
Você pode ler minha mente?

Eu nunca desisti de verdade em dar o fora
Dessa cidade pífia
Tenho luz verde
Tenho uma pequena batalha
Vou mudar isso!

Você pode ler minha mente?
Você pode ler minha mente?

Os bons velhos tempos
O homem honesto
O coração que não descansa
Uma terra prometida
Um beijo súbito
Que ninguém vê
Um pulso quebrado
E um grande trapézio

Bem, eu não me importo
Se você não se importar
Porque eu não brilho
Se você não brilhar
Antes que vá

Você pode ler minha mente?

É engraçado como isso simplesmente deu errado
Enquanto esperava por algum sinal
Eu permaneço na frente de seu caminho
Com mágica de sobra em minha espinha

Você pode ler minha mente?
Você pode ler minha mente?

A rainha adolescente
A arma engatilhada
O sonho perdido
O escolhido
O sotaque sulista
Um mundo invisível
Um muro da cidade
E um trampolim.

Bem, eu não me importo
Se você não se importar
Porque eu não brilho
Se você não brilhar
Antes de pular
Diga-me o que acha
Quando você lê minha mente.

Sabotou minha fé
Até eu cair
Ele nunca retornou aquele telefonema
Mulher, abra essa porta
Não deixe permanecer
Eu quero sentir aquele fogo novamente

Ela disse:
“Eu não me importo
Se você não se importar
Porque eu não brilho
Se você não brilhar”
Encoste em mim
Encoste em mim
Encoste em mim

As estrelas brilham
Como diamantes rebeldes
Cortados do sol
Quando você lê minha mente

4 comentários em “Reconectando-se [DROPS]

  1. Cara,É isso aí. Eu nunca passei por uma perda como a que você menciona mas entendo.A vida é assim mesmo, por isso que é sempre mais dureza para quem fica.Quanto ao parque do Povo eu até gosto e na verdade só conheço ele bem vazio. Costumo ir até ele quanto estou treinando uns longões para maratona pois daí saio daqui da região do Paraíso, vou até o Parque do Povo e na volta passo pelo parque do Ibirapuera. Algumas vezes fiz também os três parques no longão, Vila- Lobos, Povo e Ibirapuera.E como sempre fiz isso bem cedo, quando chego ao parque do Povo ele ainda se encontra com pouca gente, bem pouca mesmo.E como eu nunca treinei com assessoria esportiva também acostumei a ser um corredor solitário no meio da selva de pedra.

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  2. Valeu pelo apoio Manoel, é realmente complicado, até hoje eu ainda passo alguns dias pensando na perda, e uso a corrida também como um meio de melhorar a condição do ânimo. Boa dica. Eu só dou a partida no parque do povo. Vou planejar para ir até o vila e passar no ibira também. Só que vou à noite, pois treino após às 19:00.Forte abraço e obrigado pela visita!!!

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