Sempre notamos que as pessoas tendem a ter algumas distinções: ou elas gostam de números ou não gostam, ou preferem português e não gostam de cálculos, ou são boas de desenho ou não desenham. Normalmente é assim: você acaba sendo tipificado por fazer ou não/ gostar ou não parte de algo/alguma coisa.
Bem, eu nunca consegui descobrir a linha tênue que divide essas coisas. Sempre me encontrava curtindo os cálculos, mas também era apaixonado por desenhos e suas formas criativas. Tentava entender sobre ciência, mas a educação artística me levava a lugares malucos só “encontráveis” na imaginação.
Hoje, ainda existem áreas que são características por terem um perfil de profissional com certos pré-requisitos: Advogados (Formalidade), Diretores de Arte (Descolados) e assim por diante.
Hoje, em um mundo cada vez mais fragmentado e com várias perspectivas pessoais e profissionais, como você vai conviver com essa divisão das atividades? Será que os métodos de ensino deverão adequar-se mais ainda às novas gerações, que não entendem essa separação tão definida sobre vários temas. O mercado de trabalho é dinâmico, e se você acha que a sua faculdade e o seu MBA são garantias de empregabilidade, saiba que o risco de você estar atrasado é muito grande. Aliás, a separação entre vida pessoal e vida profissional também deve sofrer uma grande mudança nos próximos anos, até poque você não tem duas vidas, a vida é uma só. Não somos máquinas que ligamos um tipo de pensamento às 9 da manhã e desligamos tudo às 17, passando a ver somente a vida pessoal a partir deste horário. Do mesmo modo, caso você tenha um problema pessoal, com certeza não vai deixar de pensar nele durante o dia. Isso foi uma tentativa da cultura herdada da revolução industrial, que até hoje costuma chamar pessoas de “recursos” para o trabalho.
Voltando um pouco ao assunto principal, o futuro pertence aos Geeks porque são eles que dominam a arte de organizar as informações no mundo contemporâneo. Eles entendem a lógica por trás de todas as estruturas, o know-how, a tecnologia de estruturar e organizar processos complexos de forma a devolver uma informação humana. Já os Freaks, entendem do que é necessário se fazer para que as coisas aconteçam. São os que pensam: “Do que eles precisam”. Eles vão atrás das soluções inimagináveis e descobrem o limite do impossível. Um tipo depende do outro para que as coisas aconteçam. Não adianta você entender da última tecnologia, se não sabe como fazer com que as pessoas utilizem. Também não adianta ser criativo e não saber fazer nada.
Não se preocupe se você não se encaixa em nenhum dos perfis abaixo, ou se encaixa em todos. A vida não é uma reta em que você tem que ligar os dois pontos pela menor distância. Às vezes, no mundo real, o mais importante é o caminho por onde se passa, e não necessariamente a finalidade da viagem.
Reflexões feitas com base no Texto Why WHY THE FUTURE OF MARKETING BELONGS TO GEEKS AND FREAKS, da Fast Company