Metamorfose nas ruas de NY

É realmente impressionante a mudança de algumas das principais ruas de Nova York nos últimos anos. Imagens cheias de carros deram lugar a outros onde os carros desapareceram e seu lugar foi tomado por pedestres e ciclistas. Neste vídeo feito pela StreetFilms você pode ver claramente a mudança de monumentos como a Times Square, Herald Square, a orla de Brooklyn, entre outros lugares, que foram transformados sobre a gestão de Janette Sadik-Khan Comissário de saída de Transportes de Nova York. É o fim do imperialismo do automóvel como veículo primário de transportes, uma vez que as grandes cidades já possuem uma infra-estrutura que não nos faz necessitar de grandes deslocamentos. São Paulo já está seguindo esta tendência, ampliando a rede de ciclovias, investimentos maiores nos transportes de massa e limitação da circulação de automóveis através do fechamento de faixas de rolamento e de rodízios e limitação de velocidade. Ainda temos um longo caminho a percorrer por aqui, mas em alguns anos vamos poder fazer um retrospecto assim como foi feito no vídeo acima.

 

 

Bike 2 Work

Olha aí algumas fotos das primeiras semanas indo de Bike para o trabalho. Não é nada fácil percorrer 17km’s para ir trabalhar, mas agora ao menos encontrei uma forma de colocar a atividade física na rotina do dia a dia. Mas claro, só foi possível começar a mudar a rotina por conta da infra-estrutura existente no condomínio, que nos permite guardar a bike em um local seguro, trocar de roupa, tomar um banho e ter segurança.

Primeira experiência em um Hostel no Brasil #TripsDoIsma

Pois é meus amigos, chegou a hora de começar a viajar mais. E nada melhor do que começar a entender um pouco mais sobre Hostel para conhecer novos lugares e novas pessoas. Comecei a pesquisar pelo Trip Advisor, e encontrei esse hostel bacana na região do bairro da Glória lá no Rio de Janeiro.

Um pouco afastado da badalação, é verdade, mas foi exatamente o que eles descreviam no perfil: um ambiente descontraído, com pessoas legais e muito aconchegante. Foi aí que efetuei a reserva no Discovery Hostel, sem antes (claro) perguntar se havia lugar para guardar a bike. Sim, dessa vez, além de uma trip diferente, queria fazer uma aventura mais roots: me locomover de bike pelo Rio de Janeiro. Louco, né?

Busquei informações sobre como transportar bicicletas em ônibus de viagem, uma vez que as passagens de avião para o RJ estavam a preços “normais” no feriadão e eu não tinha idéia do que deveria fazer para levá-la de aéreo. Felizmente uma das empresas tinha o informativo bem claro no site: a Expresso Brasileiro deixa à vista que bicicletas são bem vindas como bagagem, e realmente, ao embarcar, não tive problema algum com o pessoal do ônibus para colocá-la dentro.

Peguei o Bus à 00:30 com previsão para chegar no feriado de 1 de maio no RJ às 6:30. Um pouco de atraso e lá estava eu, no RJ, com a minha fixa saindo da rodoviária às 7 da matina.

Como a Raphaela do Discovery me disse que eu poderia deixar as coisas no Storage (Depósito) do Hostel e aproveitar a cidade, acabei saindo da Rodoviária em direção à Glória para começar o passeio pelo Rio.

Na chegada, fui muito bem atendido, já me identificando sobre a estadia e que sabia do horário do CheckIn (14:00). Deixei tudo (inclusive a bike) e parti para o Largo do Machado, onde saem umas Vans que fazem o passeio do Cristo Redentor.

Passeio show de bola, mas tinha muita gente (como em todos os feriados/fins de semana). É realmente impressionante a vista lá de cima.

Depois do passeio, aproveitei para conhecer um pouco mais da cidade, e dessa vez com a Magrela. Queria conhecer como são os bairros e as ruas, como é o cotidiano, a vida normal, uma rua como as de sampa. Então carreguei o celular, coloquei o Maps e fui embora. Como eu já fui algumas vezes para o Rio por causa das corridas, tinha em mente um pouco da direção que eu ia tomar pelo menos para me locomover pela zona sul. Como era um feriado, as ruas também estavam muito calmas, tranquilas e propícias a um passeio de bike (exceto pela minha dor de cabeça infernal). Foi na praia que eu percebi que a Ju também estava no Rio, olha que louco. Não havíamos marcado nada, nem combinado, e de repente estávamos lá perto. Tomei conhecimento porque ela foi marcada por uma amiga em uma foto numa praia de lá. Conversamos pelo whatsapp e ficamos de nos ver por lá.

Te digo que se eu fosse de taxi, carro ou moto não teria conhecido tão bem as ruas do Rio quanto eu conheci. Tá certo que praticamente eu só andei pela zona sul carioca, mas no primeiro dia foram quase 60KM’s de pedaladas por ruas que eu nunca tinha passado antes. Quando me dei conta, eram quase 18 horas e eu estava na Lagoa Rodrigo de Freitas, e tinha que voltar pro bairro da Glória. Quando cheguei, tomei um banho, conversei com o pessoal do hostel, inclusive haviam muitos brasileiros naquele fim de semana. Algumas meninas que também vinham de SP e estavam conhecendo o Rio pela primeira vez.

Fui dormir cedo, umas 22 horas, e permaneci até às 9 do dia seguinte, porque a dor de cabeça não havia passado. Mas depois de um belo café da manhã preparado pela Cris, que trabalha no Hostel, peguei a magrela e saí novamente para conhecer outros lugares. Dessa vez, com a trava da bike para poder parar e entrar nos parques, restaurantes, etc.

Nesse dia, conheci a Gávea, a Urca, o Bondinho, Leblon e Ipanema, e adjacências. E o melhor de todos, que não podia faltar: O Jardim Botânico. Tudo isso em quase 6,8 horas de pedal pela Cidade Maravilhosa. Foi um dia indescritível.

Foi aí que marquei com a Ju de irmos ao Rio Scenarium, que fica na Lapa (Pertinho do Hostel). Encontrei com ela e algumas amigas dela e passamos a noite nos divertindo e (pasmem) dançando um samba, rsrsrs.

Como eu queria ir embora logo pela manhã, e acabei chegando no hostel por volta das 3:00am, dormi o suficiente pra recuperar um pouco das energias e já preparei a mochila e a bike às 8 da manhã para partir de volta à SP.

Nesses três dias percebi a diferença que faz viajar, conhecer novos lugares, reencontrar pessoas queridas em lugares tão distantes e sair um pouco mais.

Como eu estava de fixa, pude ir à qualquer lugar, me perder e me encontrar novamente pelas ruas do Rio. Aconselho a quem puder ir, se não puder levar sua bike, que alugue ou compre alguma para aproveitar e ver a cidade de um ângulo diferente. Você duvida? Dê uma olhada nas fotos abaixo e veja o que eu estou dizendo.

Até mais,

SP precisa desostentar

O post do Bruno Paes no Blog do Estadão de ontem demonstra perfeitamente a nova relação que os cidadãos passam a ter com as cidades. Aos poucos estamos deixando de ver São Paulo como vias-asfaltadas-para-chegar-mais-rápido-no-trabalho, para vê-la como uma cidade feita para pessoas.

Por anos, a fórmula ir de carro ao trabalho, trabalhar, almoçar perto, voltar ao trabalho e voltar do trabalho de carro começa a te colocar em uma bolha da vida que você só toma conta (se tomar) depois de muitos anos.

A relação de uma cidade em que o trajeto lhe abre os olhos para os problemas que vão além dos seus problemas familiares/dos vizinhos/dos amigos, impõe uma dinâmica diferente para os cidadãos: eles passam agora a cobrar por uma cidade melhor, não só para o seu círculo de relacionamentos, mas também para as pessoas que utilizam o mesmo flow que você.

Vale a pena dar uma lida .

A melhor forma de implantar ciclovias nas cidades

 Radwende - Mapa colaborativo realizado por ciclistas

Como você pode prever o melhor caminho para as ciclovias? Às vezes podem ser construídas, e seu fluxo fica aquém do planejado. São Paulo está a cada dia mais caminhando para aumentar o número de ciclovias na cidade (ciclovia = faixas dedicadas para ciclistas, enquanto ciclofaixa = faixa compartilhada [Multimodal]), e nessa implantação, como dimensionar corretamente os melhores trajetos para os ciclistas?

Simples, observando qual é o percurso mais utilizado. Mas como fazer isso se você não anda de bike, não tem pesquisa de opinião com o público ou não conhece as necessidade de cada região (tanto das pessoas que NÃO utilizam bicicletas quanto os ciclistas).

Se liguem na solução que uma cidade Alemã adotou:

A cidade de Wiesbaden foi eleita a pior cidade da Alemanha para se locomover de bicicleta, então uma agência resolver ajudar a cidade a mudar isso através de um App: o Radwende.

[ Para quem já pratica esportes já deve imaginar como foi essa ajuda. Se você não corre, continue lendo ]

Através do App, eles conseguiram mapear as necessidades dos ciclistas através do fluxo de informações do App: “Nós acreditamos em mudança, porque um monte de gente na Câmara Municipal, bem como os cidadãos,  querem que isso aconteça”, diz o fundador da agência, Michael Volkmer, que foi a força motriz por trás do projeto. “Mas é um problema da galinha e do ovo: A cidade não investe se as pessoas não utilizarem as vias, e as pessoas tem receio de utilizarem porque não é seguro. ”

Desde Maio, os ciclistas locais já alimentaram uma base de dados com 3000 percursos realizados. Desta forma tem-se os dados de quais são as rotas com maior fluxo de pessoas e, assim, pode-se mapear em quais regiões existe uma demanda maior por ciclovias.

Você pode ver um pouco do trabalho do Robô e de como o projeto foi forjado no vídeo abaixo:

A prefeitura acompanha de perto a formação dos mapas e com o tempo, pode analisar a viabilidade da implantação destas vias. Os cidadãos também ajudam a construir este mapa, atendendo aos chamados dos eventos de pedalada quando convidados, mas o mapeamento é totalmente aberto: você contribui fazendo o seu trajeto normalmente enquanto vai levar o seu filho para a escola, vai para o trabalho ou ao supermercado. Essa é a verdadeira necessidade de mapeamento do coworking realizado em Wiesbaden.

Segundo o fundador da agência, outras cidades já sinalizaram interesse em utilizar a ferramenta para buscar soluções em mobilidade. Volker explica que os governos/empresas podem criar um ambiente de gamificação para atrair novos interessados e fomentar a economia/cultura na cidade. Se você quer mais ciclovias, a prefeitura poderia fazê-las mediante uma meta em quilômetros pedalados pelos cidadãos (a cada X KM’s pedalados, 1 KM de Ciclovia seria construído) ou as Lojas podem oferecer descontos para os consumidores que vão ao estabelecimento de bike, etc.

Tá aí uma ótima iniciativa que pode pegar bem nas outras cidades. A grande questão nas metrópoles como São Paulo é que a bike ainda é tratada como um equipamento de lazer. Com o adensamento populacional e a gentrificação cada vez mais tomando conta da cidade, vai ficar cada dia mais difícil se locomover em um espaço disputado por ônibus, carros particulares, táxis e outros modais. A conscientização de que a bicicleta irá tornar-se mais uma alternativa nas grandes cidades já está começando a tomar forma, mas sem a ajuda da estrutura pública para a construção de vias decentes, torna-se cada vez lenta a mudança da mentalidade dos cidadãos.

Mais informações no site do App: https://www.radwende.de/en/

Velô, Las Magrelas & Cultura Urbana

Dentro de algumas décadas, as pessoas vão redescobrir que mais importante que se locomover rapidamente, é aproveitar o tempo para fazer da sua vida algo útil. Automóveis são legais, rápidos e convenientes. Mas você consegue perceber que há um semelhante à sua frente? Ao seu lado, quando o ultrapassa, percebe que tem alguém com a mesma expectativa de chegar no trabalho/casa são e salvo? Foi assim que iniciei a conversa com a Camila, uma das integrantes do Velô, nova grife de roupas dedicadas à ciclistas urbanos, cuja coleção foi lançada no Las Magrelas, na Vila Madalena, bairro descolado de Sampa.

Eu era um total estranho no ninho: Nunca tinha ido lá, e não sabia como iria ser recebido. Claro que eu fui de bike, pra conhecer a galera e bater um papo legal sobre mobilidade urbana e essas iniciativas bacanas.Quem me conhece sabe que não sou muito de socializar, costumo ser mais objetivo com o que procuro. Mas tava sábado de boas aqui em casa e pensei: “cara, eu podia conhecer o Las Magrelas, que já estava afim de conhecer há muito tempo, e também dar um apoio no lançamento da grife, né? Afinal tem tudo a ver com o meu outro projeto [CycleChic].

Dito e feito: Calibrei a fixa, botei na rua e fui pra Vila Madalena conhecer um pouco e também fazer um pedal sabático. O céu nublado dominava naquela tarde, mas quem pedala tá ligando pra isso? Nada!

Quando cheguei, já notei que na frente do Las Magrelas, ao invés de um único carro parado, havia uma paraciclo com capacidade para umas 20 bikes. Pronto: Já fui conquistado!

Paraciclo - Las Magrelas

 

Ainda sem conhecer direito a galera, pedi pra parar lá e deixar a bike: no problem. Fui bem recebido pela galera que tava na oficina dando um trato em outras magrelas. Ao mesmo tempo, chegavam várias minas CycleChic, e eu me segurando pra não pirar, falar com elas e tentar pegar uma foto. As minas eram lindas demais! Não necessariamente pela beleza, mas por realmente representar o espírito Cycle Chic (de lenço, saia e bota) andando pelas ruas.

Cheguei no piso superior e me apresentei lá pra galera, pois não conhecia ninguém. O pessoal foi super receptivo: de cara conheci a Talita Noguchi, a Aline Cavalcante e a Laura Sobenes: Todas gente finíssimas! Conversamos sobre mobilidade, sobre cycle chic, documentários e sobre o coquetel das meninas do Velô. Aproveitei para tirar umas fotos da coleção que elas desenvolveram, que foi uma das razões que me motivou a sair de pedal de Interlagos até a Vila Madá.

Grife de Roupas Velô no Las Magrelas Grife de Roupas Velô no Las Magrelas Grife de Roupas Velô no Las Magrelas Grife de Roupas Velô no Las Magrelas Grife de Roupas Velô no Las Magrelas Grife de Roupas Velô no Las Magrelas Grife de Roupas Velô no Las Magrelas

Para quem não conhece, recomendo muito! É um ambiente super bacana, um espaço criativo e um lugar que pode render um bom papo e incitar sua criatividade, além dos lanches e das brejas que a galera vende por lá.

 

Las Magrelas: https://www.facebook.com/LasMagrelas?fref=photo

OGangorra: https://www.facebook.com/oGangorra

 

Las Magrelas – Bar e Bicicletaria e oGangorra
R. Mourato Coelho, 1344 – Vila Madalena

Largo da Batata, em Pinheiros, ganhará bicicletário público gratuito neste sábado (02/08)

bicicletário largo da batata

Equipamento integra ciclovia da Faria Lima com Linha-3 Amarela do Metrô. Inauguração terá música, filmes, oficinas e atividades ligadas ao mundo da bike.

A Prefeitura de São Paulo entrega neste sábado à população um bicicletário que funcionará 24 horas no Largo da Batata, em Pinheiros, do lado da estação Faria Lima da Linha-4 Amarela do Metrô. A construção do equipamento atende a uma antiga demanda da sociedade e se configura como uma das primeiras ações de ocupação do Largo da Batata, resultado de um dialogo aberto com moradores, trabalhadores, usuários e ativistas da região.

O projeto foi elaborado e construído pela Prefeitura, com participação ativa de cicloativistas e representa grande avanço para uma melhor mobilidade na região, já que estimula o transporte intermodal (bicicleta – transporte público coletivo). A gestão do bicicletário será do Itaú, que através do termo de cooperação firmado com o município vai fazer a manutenção e conservação do espaço durante 36 meses, inicialmente.

Ao todo, serão 100 vagas gratuitas para que as pessoas possam deixar suas próprias bicicletas, e não as compartilhadas. Quem tiver interesse em usar o espaço, deve efetuar um cadastro pessoal e da bicicleta no próprio local. 

Festival Bike na Batata
Onde? Largo da Batata (encontro das Avenidas Teodoro Sampaio e Faria Lima)
02/08 – Sábado
As ações começam às 14h30 com um delicioso café de boas-vindas, Copa de Bike Polo, Tatuagem nas bicicletas (desenhos feitos à mão pelo artista Marcelo Siqueira), cobertura fotográfica do Instabike, oficina mecânica Mão na Roda, manobras de Bike Trial, projeções de curtas-metragens sobre ocupação de espaço público, oficinas com reaproveitamento de materiais e show da banda FORRÓ JAZZ que vai colocar todo mundo para dançar em pleno Largo da Batata. O evento acontece em uma parceria entre a Prefeitura, o Aromeiazero e o Banco Itaú. Toda programação é gratuita e aberta ao público.

03/08 – Domingo
O Festival continua a partir das 11h com a Escola Bike Anjo (EBA) para ensinar adultos e crianças a pedalar, Rodas de Leitura, mais jogos de Bike Pólo, Mão na Roda, Tatuagens nas Bikes, Bike Trial e, para encerrar, muita música brasileira com a banda Projeto da Mata.

Evento no facebook: https://www.facebook.com/events/739330062792518/

10 Coisas com que as novas gerações não pretendem gastar dinheiro

São Paulo CycleChic

 

Eu nunca achei certo tipificar as gerações como X,Y,Z,Mil, etc. Isso generaliza demais as pessoas, por mais que seja positivo fazendo um paralelo sobre o comportamento da maioria dos jovens de uma época. Cada pessoa tem o seu momento: você pode ser um adolescente com mentalidade de 30 anos, ou também ser um adulto de 35 anos com um espírito de 20. Isso tudo é meio relativo. O certo é que a cada época, existe uma tendência de comportamento, que pode levar desde o mais novo (13~15 anos) até os mais velhos (50~65 anos) a mudarem seu comportamento em um espaço~tempo de grandes evoluções comportamentais/tecnológicas.

Vou falar sobre 10 coisas que a Revista Time enumerou que as novas gerações não tem interesse em investir seu dinheiro: ou porque nos dias de hoje simplesmente não vale a pena, ou elas deixaram de ser tornarem interessantes o suficiente para justificar um gasto. Vale ressaltar aqui que a relação homem X dinheiro mudou muito nas últimas décadas. No contexto anterior, quanto mais dinheiro você tinha, mais importante você era. Não podemos esquecer que ainda hoje isso tem validade: em várias situações leva vantagem que possui mais grana para investir, mas um componente que sempre esteve presente, hoje é ainda mais importante: a relevância social. Conhecemos casos de pessoas que não tinham dinheiro algum, mas fizeram algo notável ou relevante e passaram a obter um tremendo sucesso. O YouTube está cheio de exemplos. Portanto, além do valor monetário, existe o valor social das pessoas, e os jovens cada vez mais estão em busca do segundo valor. Quantidade de seguidores, visualizações, “curtidas” em seus posts/fotos, tudo isso gera um “montante” intangível para as pessoas no contexto atual.

Aqui vão algumas tendências:

1 – TV por Assinatura

Você realmente acha que vale a pena assinar por um serviço que é restrito à sua residência geográfica e limitado a um ponto de acesso? Realmente é difícil acreditar que daqui a 50 anos esse modelo de negócio ainda irá existir. Serviços como o NetFlix já entenderam a demanda atual de mobilidade e oferecem assinaturas para que você possa assistir o conteúdo em qualquer aparelho. Além disso, a TV tem perdido cada vez mais espaço para os jovens, já acostumados com a interação e principalmente por poder entrar em contato com seus amigos através de Tablets e Smartphones.

2 – Investimentos

Você acredita que “emprestar” o dinheiro da sua poupança para um banco vai garantir a melhor rentabilidade para você. Os jovens também não acreditam. Em muitos casos preferem abrir suas próprias empresas, criar uma página no facebook para vender produtos ou personalizar alguma coisa e revendê-la. Principalmente depois da recessão de 2008, os jovens tem cada vez mais perdido a confiança nas instituições financeiras e sua capacidade de gerar dividendos com uma boa rentabilidade para os pequenos investidores.

3 – Cervejas “de Massa”

Skol, Brahma, Nova Schin? São marcas que ainda vão durar muitos anos, mas cada vez mais os jovens querem experimentar novos sabores e cervejas diferenciadas. A experiência é cada vez mais valorizada no mundo atual, em que assistimos à virtualização das sensações: já sabemos de quase tudo virtualmente, mas ainda sentimos muito pouco de nossas experiências. Reunião de amigos, encontros na Rua Augusta, ou um lanche depois do trabalho com a galera pede sempre uma inovação, experimentar sabores que nunca provamos, e nisso as cervejas “especiais” conseguem reproduzir com sucesso essa mudança no hábito de se consumir o mesmo produto com diferentes variações (Nos últimos meses, comecei a colecionar rótulos de brejas diferentes no meu insta, enquanto assistia filmes ou estava com a galera na rua).

4 – Carros

Quem diria que um dia aquele símbolo de Status dos nossos avôs e pais poderia se tornar um símbolo do “modo antigo de se locomover”? O auge da cultura automobilística (Nos últimos anos chamada de Carrocracia) foi nos anos 60, onde existia até um estilo de música para o gênero (Car Songs). Com a evolução das metrópoles, vemos a cada dia que o carro, em cidades de grande densidade populacional, não é o melhor meio de transporte. Nos estados unidos, o número de habilitações vem caindo a cada ano entre os jovens com idades entre 16 e 24 anos. O que você prefere: passar 1 hora no trânsito na direção, mudando da primeira para a segunda marcha (às vezes para a terceira) ou usar o seu celular por 1 hora enquanto vai para o trabalho? Além de ser um compromisso com seguro, IPVA, combustível, o carro que antes significava liberdade para ir e vir (hoje este símbolo é a internet) passa a ser visto com um aprisionamento devido aos seus custos de manutenção e desvalorização.

Os jovens já não precisam se locomover tanto quanto antes, hoje através do celular podemos falar com quem quisermos e irmos (mesmo que virtualmente) onde precisarmos. Se não for possível, os serviços de delivery e online shoppings também podem substituir o carro no quesito locomoção. A locomoção hoje em dia está dissociada da presença: Você pode estar presente onde quiser, sem a necessidade de ter que se locomover ao local. Isso é mobilidade.

5 – Casas

Ainda muito desejada pelos jovens com o sentido de “meu cantinho” ou “lugar privado onde posso fazer o que eu quiser”,  o apartamento ou casa ainda tem um componente muito forte em nossa sociedade.  Ter sua casa indica que você já é independente o suficiente para ter o controle de sua vida, fazer tudo por conta própria e ser responsável. Aqui o problema não é que os jovens não querem casas: Na verdade os jovens não podem pagar por elas!

Não sei quanto a vocês, mas o meu Pai na minha idade já tinha sua casa própria, estava casado com minha mãe e levada uma vida no melhor estilo “American Way of Life”. Hoje, eu mal consigo dar entrada em um apartamento de 60 metros quadrados! As imobiliárias e construturas voltaram os olhos para os casais, que complementando as duas rendas e poupando o máximo possível, conseguem a duras penas financiar um “apê”. Infelizmente esse é o perfil do consumidor do mercado imobiliário brasileiro. Antigamente, você trabalhava duro e conseguiria comprar sua casa sozinho, poupando um pouco todo mês para comprar seu terreno ou imóvel na planta. Hoje, é cada vez mais difícil realizar este sonho sozinho (A não ser que você vá morar muito longe do centro, claro).

6 – Grandes volumes de alguma coisa

Você olha no supermercado aquelas embalagens “Tamanho Família”, mas não tem a menor vontade de comprá-las. É claro, a cada dia a taxa de natalidade no Brasil vêm diminuindo cada vez mais, e as famílias numerosas estão em queda, mas os fabricantes continuam fazendo os pacotes econômicos de alguma coisa: grandes volumes em troca de um pequeno desconto. Para o fabricante é uma boa, pois ele vende um volume maior e garante a sua receita. Para o varejista também, pois ele aumenta a quantidade vendida, e isso gera um fluxo de caixa maior para ele. E para você? Corre o risco de estocar uma grande quantidade de algo por um pequeno desconto no preço, e depois corre o risco de jogar fora o que sobrou. O modelo do “Atacado” para o consumidor single vem perdendo força, e o Atacarejo tem uma boa perspectiva de crescimento, porque você pode comprar uma pequena quantidade ou uma grande quantidade, se precisar. Lembre-se que as novas gerações estão adquirindo menos carros e morando em lugares cada vez mais apertados. Além disso, o trânsito por vários lugares diferentes é cada vez mais frequente, e portanto a fidelidade como supermercado nos dias de hoje é algo muito difícil de se obter.

7 – Casamentos

Casar, assim como comprar uma casa, é um compromisso. Só que o casamento, por muitos anos, era visto como um rito de passagem para a idade adulta. Logo você teria que se casar aos vinte e poucos anos, para mostrar para a sociedade que você está formando sua família, e é um homem/mulher direito(a). Hoje o casamento é muito mais opcional, e você se casa por afinidade com o seu par, não para demonstrar à sociedade. Claro que ainda existem pessoas que desejam entrar na igreja fantasiados, sair da cerimônia com Ferraris e usar óculos-coloridos-que-brilham-no-escuro e postar as fotos no Facebook, Instagram para que todos os admirem. A verdade é que os casais estão se casando tardiamente para terem condições financeiras de fazerem essas festas e arcarem com as outras despesas (casa, carro, filhos, etc).

8 – Filhos

É uma questão não apenas das novas gerações, mas os mais velhos também tinha essa preocupação: vou conseguir arcar com todos os custos? De quanto preciso para criar bem o meu filho? Acontece que hoje, a despesa com um filho é muito maior que nas décadas anteriores: escola, alimentação especial, babás, passeios e uma infinidade de coisas que você vai gastar porque “é para o seu filho”. Não que os jovens não queiram ter filhos: eles até querem, só não sabem se tem grana suficiente para arcarem com a “brincadeira”.

9 – Seguros

Jovens acham que nunca vão ficar doentes, que tem uma saúde de ferro e que dificilmente vão ter que recorrer a um hospital para um tratamento. Além disso, a grande maioria é trabalhador com registro em carteira de trabalho (CLT), e muitas empresas oferecem o seguro como um “benefício” para o assalariado. Até que cheguem aos trinta anos, eles preferem fazer um seguro do celular ou do automóvel para garantir que o “bem material” não seja perdido. Lembrem-se que a cada dia os jovens tê menos carros, o que significa que os seguros devem atender em grande parte clientes acima dos 30 anos.

10 – Qualquer coisa que você diga para eles comprarem

Grande parte dos Baby Boomers dizem que se ouvem seus parentes e amigos na hora de comprar algo. Isso é bom, pois são os seus influenciadores mais próximos, e você tem contato com eles e eles lhe indicam o melhor produto de acordo como gosto deles. Para os mais novos, isso é totalmente errado! Grande parte dos Millennials dizem que preferem as recomendações de pessoas que eles não conhecem, pois assim podem ter uma visão sem vícios do produto que estão querendo adquirir. A prova é o grande número de vídeos de unboxing de todo tipo de produto no Youtube: os jovens querem recomendações de pessoas que eles não conhecem. Mas se conhecem, que seja uma pessoa relevante nas redes sociais e que tenha um bom histórico de experiências.

 

Referências:

10 Things Millennials Won’t Spend Money On (Base para o artigo)

The Real Reason Millennials Don’t Buy Cars and Homes

Millennials in Adulthood

Rents Just Won’t Stop Going Up

 

Pesquisa Acadêmica procura traçar o Perfil do Cycle Chic Brasileiro

Cycle Chic

A Pesquisa quer mostrar o perfil e a demanda de homens/mulheres que pedalam pelo Brasil de forma casual, ergonomicamente e de forma confortável, sem perder a estética. A pesquisa objetiva “Desenvolver produtos do vestuário casual masculino que agreguem conforto térmico e antropodinâmico, segurança e estética, voltados para os profissionais criativos que utilizam bicicleta como meio de locomoção.”

Quem é praticante do Cycle Chic e puder, participe desta pesquisa através do link no meu site do São Paulo Cycle Chic

Quem me conhece pessoalmente sabe o quanto sou a favor de uma cidade para pessoas, principalmente por propiciar a comunicação e o compartilhamento de idéias entre elas. Dentro dos automóveis, dificilmente você passará por situações colaborativas com outras pessoas (a não ser que você bata no carro delas). Ajudar a desenvolver uma cultura que aproxime as pessoas já é um bom começo se você ajudar nessa pesquisa acadêmica.

A cidade dos rios invisíveis [Entre Rios]

Recebi do meu sobrinho Daniel na semana passada um vídeo excelente, que vai ao encontro do que eu li na revista Pesquisa Fapesp nº214 sobre os rios de São Paulo. É triste, mas a constatação de ambos materiais elucidam o custo que a cidade está pagando pelo crescimento no século passado às custas dos interesses mercantilistas e de um pequeno grupo visionário do modelo de vida baseado no transporte rodoviário. Tive a oportunidade de assistir o documentário hoje, e nada melhor como o verão brasileiro para constatar que a natureza apenas segue o seu caminho, pois mais que o homem tente alterá-lo.

São Paulo afogou os rios. Assim começa a matéria na revista da Pesquisa Fapesp. Os rios apenas respondem ao modo pelo qual foram moldados ao longo de décadas – “do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento, mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem”, diria o dramaturgo alemão Bertolt Brecht. Programas de despoluição e requalificação do rio e suas margens contam com a participação dos municípios da Grande São Paulo, empresas,ONG’s e preveem a construção de ciclovias, calcadões e parques ao longo dos 50 quilômetros de marginais e a navegação dos rios.

O mapa de 1868 registra o salto de Itapura

Para você notar como os fatos são contados conforme o interesse que lhe convém: as duas imagens representam o noroeste paulista. A primeira imagem faz menção à região como “terrenos ocupados pelos indígenas feroses” no Atlas do Império do Brasil. Já na segunda imagem, no mapa da Sociedade Promotora de Imigração de São Paulo, é retratado como “terrenos despovoados”.

O mapa de registra o noroeste de São Paulo

Segundo as duas reportagens, houve um momento em que tudo poderia mudar: se as propostas do engenheiro sanitarista Saturnino de Brito (que formulou os canais de Santos), de 1926, fossem aceitas. Segundo ele, planejava-se o alinhamento dos principais rios de modo a conciliar seus diferentes usos: transporte, lazer, pesca, abastecimento de água, controle de enchentes e produção de energia elétrica. Infelizmente os interesses econômicos, a especulação imobiliária e um tal de Prestes Maia.

Os rios apenas respondem às cidades o mesmo nível de pressão pelo qual são submetidos quando canalizados. A enchente é produto da urbanização, como aponta brilhantemente a Profª Odete Seabra. O Profº Alexandre Delijaicov também resume muito bem o interesse na época em que o curso dos rios foram alterados e a canalização realizada. O vídeo é um ótimo trabalho de conclusão de curso de alunos do Senac, de 2009 (estamos em 2014 nesse post, mas nada mudou), da turma do bacharelado em audiovisual. Mesmo que você não se interesse por planejamento urbano, geografia ou impacto ambiental, este documentário vale muito a pena para conhecer um pouco mais a formação da nossa cidade.

Quanto à matéria da revista Fapesp, seguem as referências dos projetos elaborados e o conteúdo da reportagem:

Projeto
Implementação da tecnologia de sistemas de informações geográficos (SIG) em investigações históricas (13/05444-4). Modalidade Auxílio Regular a Projeto de Pesquisa; Coordenador Luis Antonio Coelho Ferla – Unifesp; Investimento R$  51.907,60.

Artigos científicos
JORGE, Janes. Rios e saúde na cidade de São Paulo, 1890-1940História e Perspectivas. v. 25, n. 47, p. 103-24. 2012.
JORGE, Janes. São Paulo das enchentes, 1890-1940Histórica. n. 47, p. 103-24. 2012.
KANTOR, Iris. Mapas em trânsito: projeções cartográficas e processo de emancipação política do Brasil (1779-1822)Araucaria. v. 12, n. 24, p. 110-23. 2010.
CUNHA, D.G.F. et alResolução Conama 357/2005: análise espacial e temporal de não conformidades em rios e reservatórios do estado de São Paulo de acordo com seus enquadramentos (2005–2009)Engenharia Sanitária e Ambiental. v. 18, n. 2, p. 159-68. 2013.
MARTINELLI, L.A. et alLevantamento das cargas orgânicas lançadas nos rios do estado de São PauloBiota Neotropica. v. 2, n.2, p. 1-18. 2002.

Referências:

http://revistapesquisa.fapesp.br/2013/12/18/entre-paredes-de-concreto/

Documentário – “ENTRE RIOS” – a urbanização de São Paulo