8 anos de solidão

Há 8 anos atrás terminava meu último relacionamento. Não imaginaria que seria o início de uma nova jornada em minha vida

Foi em um quarto de motel, em outubro de 2010 que resolvemos “acabar”. Lembro até hoje do momento em que vi 5 anos da minha vida sendo reprocessados em velocidade ultrassônica e momentos depois, não havia mais nada, somente um silêncio estranho de nós que, a partir daquele momento, passaríamos a sermos novamente conhecidos.

Minha vida realmente nunca foi muito populada: meu vínculo naquela época acabou criando uma extensão de família que era a família dela, e tive a grata surpresa de tudo isso de ganhar uma irmã:  a irmã menor dela. Então, a partir de 2011, passei a entrar na jornada da solidão. Não que eu nunca tivesse passado por isso antes, nosso próprio relacionamento nos últimos anos era uma solidão compartilhada, mas deste ano para frente foi o momento em que mais tempo passei dedicado à mim. Esse evento foi o gatilho que encaminhou diversas mudanças em minha vida, tanto a sentimental, agora mais cético quando à real felicidade e sentimento das pessoas, quanto o sentimento de aprender que você necessita ser feliz por você mesmo. Mas as coisas não são tão fáceis assim…

A partir de 2011 desenvolvi uma carcaça dura de penetrar, a carcaça mais forte que já criei em minha vida, que foi a negação de que o sentimento de reciprocidade existe entre pessoas estranhas (entenda-se estranhos como pessoas fora do círculo familiar). Os primeiros anos foram os que dediquei mais tempo à reprogramação da minha vida em atividades lógicas e práticas: trabalho, estudo, esporte, poucos amigos e família. Rodando a fita destes últimos anos vejo como algumas coisas foram perdidas, amigos que eu confiava se afastaram, amores não surgidos e trabalho, muito trabalho apareceu. Me peguei pensando hoje em qual o resumo de tudo isso, se talvez algumas pessoas nascem com algum propósito para a vida e por mais que você lute para mudar essa realidade as circunstâncias da vida tratam de reprogramar a realidade e te colocam exatamente no ponto em que você deveria estar, mesmo você exercendo uma grande força para mudar o momento presente e futuro.

Hoje passei duas horas na cama refletindo sobre os não toques, o efeito de nunca acordar pela manhã com um sorriso ao seu lado, a ausência de palavras de amor e a falta do toque de uma mão parceira, coisas que a humanidade prega como essenciais para uma vida feliz. É engraçado, pois cada vez mais que temos menos estas demonstrações, mais intensas são as sensações proporcionadas por elas, como se a natureza humada reprograma sua cabeça afim de colocar os pré-requisitos básicos do que é ser humano.

Por outro lado, sinto uma grande força contrária da natureza ao me fazer tentar experimentar estas etapas, como se o objetivo que tenho que cumprir nesse mundo não me permite viver plenamente estes efeitos, criando uma “tela” onde eu vejo tudo que ocorre no ambiente, mas ao mesmo tempo sofro das privações que a ordem natural das coisas proporciona em equilibrar os propósitos de vida de cada um.

Há pessoas incríveis e felizes, há os infelizes e os que fingem ser felizes. Mas há os que não se encaixam em nenhum destes três? Existem os que foram feitos para não sentir nada e ao mesmo tempo sentirem todos os três efeitos ao mesmo tempo? A vida corre como se fosse uma dissertação, você observa, analisa os momentos, mas não necessariamente participa deles, como um mero espectador do espetáculo da vida.

Estranho, né? Pois bem, imagino que isso deva passar com vocês em algum momento, uma desilusão sobre a vida, e ao mesmo tempo uma crença de que tudo vai dar certo. Sentimentos contraditórios, estranhos, e que momentaneamente vêm à tona em um mundo onde tudo se acelera em termos de interações e conexões.

Hoje passei por duas horas em que redesenhei 8 anos sem nenhum relacionamento concentro, e é estranho dizer que se passaram 8 anos em que não conheci alguém que pudesse me ajudar nessa caminhada. Por momentos imaginei que haveria uma possibilidade de mudar o rumo das coisas, acreditar e ir frente em um relacionamento, mas parece que a ordem natural me impele de ser feliz acompanhado de alguém. As mulheres com quem me envolvi não necessariamente pareciam me admirar, mas sim apenas tivemos afinidades por um tempo, e quando falo “algum tempo” estou falando em um horizonte máximo de 20 dias, estranho. Comecei a acreditar que amores líquidos estão realmente dominando as relações humanas modernas.

Porém, os últimos anos foram os anos em que mais me descobri como pessoa e descobridor de pessoas. A partir desta solidão, passei a viajar por muitos lugares no mundo dos quais nunca imaginaria estar: Holanda, Alemanha, Estados Unidos, Colômbia, Costa Rica e Japão. Em cada lugar passei a sentir um pouco mais o que é ser humano, com todas as suas diferenças culturais, formas de ver a vida e alegrias e desgostos. Foram os anos em que mais estudei e me preparei para entender a mente humana, seus processos de tomada de decisão, como a neuro plasticidade influencia na criação de novos hábitos, como trabalhar as emoções e por fim, como tentar ser uma pessoa melhor. Foram anos que tive tempo de sobra para refletir com a minha solidão o papel das pessoas, propósitos e porque estamos aqui. Pude sentir e criar meu propósito mais forte depois de exercitar dia após dia a auto-reflexão.

Não sei se isso foi algo criado por mim (os 8 anos de solidão) ou se alguma força maior quis que isso acontecesse. Prefiro pensar que foram as duas coisas, e não digo que foi algo positivo, senão não estaria escrevendo este texto para desabafar um pouco o momento pelo que estou passando em vida, mas gosto de acreditar que tudo o que passamos em vida nos leva à uma lição para si próprio e para os outros como meio de enriquecimento da civilização. Não sei se este “jejum” vai acabar aos 8 anos, se irá se perdurar ou se algum evento poderá me tirar de cena inesperadamente, enquanto isso, pretendo seguir com minha busca por tornar-se uma pessoa melhor, à procura de algo que as pessoas chama de felicidade, sabe-se lá como e por onde.

Vida que segue.

(Título inspirado no filme 12 years a slave, Metropolis do L’arc~en~ciel e Her)

ÀS VEZES, DAR ERRADO FOI A COISA MAIS CERTA QUE PODERIA TER ACONTECIDO

Não, vinha vida não é um algodão doce como as expectativas geradas pelo post original que carrega esse título, mas ainda assim acreditei no resultado final. Parece que a chegada da Vivian, com toda sua indiferença e contradições trouxeram uma forma diferente de ver as coisas aos 46 minutos do jogo de 2016.

Tudo que poderia dar errado deu: eu gostava dela, ela: nem aí. Eu começava a criar expectativas sobre um relacionamento, ela nem imaginava nessa possibilidade. Eu a queria como uma namorada, ela nem como amigo me via. Bem, no fim das contas, aprendi com ela a sair mais, ver as coisas não como um fim, mas como um processo de tentar, errar, levantar a cabeça e seguir em frente. A Vivian foi o gatilho mental que eu precisava para curtir a vida em 2016: conhecer novos lugares, sair para ambiente que eu não me habituava a sair, aprender que mesmo que nada dê certo, você tentou, e fazer a trip mais louca que eu já pude fazer sem me programar direito: Japão.

Enfim, a vida é assim: um dia você está mal, no outro, pior ainda, mas é assim que a vida é. Vida que segue…

Estou feliz por você fazer parte da minha vida

Hoje eu sou o homem mais feliz do mundo, pois eu tenho ao meu lado você, minha linda. Acordamos cedo, tomamos o café, e me peguei pensando em como o seu sorriso me encanta a cada dia que passa. O que seriam das manhãs sem esse seu olhar me fazendo acreditar que cada dia é melhor que o outro? Essa covinha, seu sorriso aberto e seus olhos quase fechados, demonstrando mais puro e sincero sorriso que eu já pude presenciar. Respondo à altura, olhando fixamente seus olhos, seus cabelos meio bagunçados e coloco algumas mechas para trás da sua orelha, como sempre gosto de fazer. Faço porque sei que você irá virar o seu rosto para a direita, aproximando seu queixo do ombro, e uma reação quase tímida toma conta de você. Os dias estão bem diferentes do que eram há anos atrás: e eu que achei que nunca iria combinar com alguém, que a procura por uma pessoa era algo quase impossível e aquele meu tom pessimista quando falava de relacionamentos me colocava sempre em desvantagem quando  assunto é conquista. Bem, não é que as coisas mudam mesmo? E pensar que, depois que nos conhecemos, que passamos por todas aquelas viagens malucas, os programas em cima da hora de sexta, as mensagens que me faziam sair aqui de longe para sua casa no sábado só porque a sua banda preferida iria tocar naquela praça, tudo isso parecia impossível de acontecer comigo, um cada que não gostava de coisas não planejadas, mas era você, e com você, eu aprendi que não existe só o 0 e o 1.

Ok, de início foi difícil para eu acreditar que você estava sentindo o mesmo que eu, era difícil para um cara que já foi desenganado no amor várias vezes perceber os sinais que há anos me pareciam apenas ruídos. Não me tocava quando você queria saber mais sobre mim, me mandava aquelas perguntas sobre o que eu via em uma mulher para ela se destacar, as mensagens que você me mandava de bom dia logo pela manhã ou aquelas visualizações frequentes no meu perfil. Mas eu comecei a me desarmar, claro, com a ajuda de muitos livros, os novos amigos que me fizeram enxergar isso, e claro, sua persistência em se mostrar interessada por mim. Claro, não foi da noite para o dia que eu me toquei: comecei a sair com maior frequência por causa de você, frequentei menos starbucks de lá pra cá, passei a ser mais explorador dos lugares que frequentamos e depois que você me ajudou a enxergar novas coisas, eu também percebi que eu precisava mudar, e mudei junto com você. Lembra de como você estava feliz quando recebeu aquele diploma? Sim, aquele que eu te ajudei por noites em claro a resolver aquelas contas, a formatar o texto e até fazermos aqueles almoços coletivos com os seus colegas da faculdade para adiantarmos aos sábados os trabalhos? Pois é, olha como tudo valeu a pena meu amor, não comentamos que mais para frente iríamos lembrar destes momentos? Rs. Entre risadas, lágrimas e pequenas brigas (claro, nem todos os casais são perfeitos) a gente vai construindo pedacinho a pedacinho esse mundo que chamamos de nosso.

Amor, o café está esfriando, não vai tomar? Ou vamos voltar para a cama, para dormir até às 10:00 da manhã nesse domingo ensolarado? Gosto do seu jeito, que me puxa pra fora da cama e me diz que temos que aproveitas cada momento que temos. Cada vez que você levanta antes de mim (que são poucas vezes, rs) eu me identifico mais com o seu jeito afobado de ser, já separando a roupa pro passeio e o tênis da corrida: se não fosse alguém como você, eu provavelmente estaria sozinho nesse mundo. Você me puxa pelo braço e me joga a camiseta da prova no meu rosto, me acelerando pra não perdermos a hora. Mas Amor, é só um treino, eu digo, e você toda séria responde que treino é treino. Olha, como não amar? 🙂

E no parque, conversamos sobre a semana, o que foi bom, o que não foi tão bom assim, e nos conhecemos mais a cada dia. É tão incrível que mesmo que conversamos todos os dias, via whatsapp, audio ou snap, ainda mantemos o alto astral numa conversa de fim de semana como se fôssemos um jovem casal se paquerando. Acho que isso é devido ao seu jeito curioso, essa sua forma de perguntar sobre tudo e de querer ajudar a todos. Eu achava estranho no começo, mas depois, via cada detalhe como um universo. Eu realmente me apaixono por você a cada dia. Bem, hora de voltarmos pra casa. E vamos comer fora? Se fosse por você, não teríamos cozinha na sala, né amor? Sempre tem um restaurante para se conhecer, amigos para nos encontrarmos e famílias para nos reunirmos. Lembra do último restaurante em que você fez questão de ir embora antes do prato chegar? Pois é, esse seu jeito nos colocou em casa uma nesses anos, hein? Eu sou mais paciente, só questiono quando vejo que algo está errado. Você consegue ser mais detalhista que eu, vê tudo e por já ter trabalhado com eventos, quer que todo serviço seja perfeito, não se contenta com algo abaixo da linha. Amor, você sabe que nem todo mundo tem o seu nível de comprometimento e entrega, tem que entender que as vezes as pessoas não vão entregar 100%, vão entregar 60% e se você reclamar, vão achar que você é que está errada. Bem, eu já te avisei, mas não posso deixar de admirar sua sina pela perfeição.

Eu me lembro bem de há alguns anos atrás, ficar triste olhando pela janela da minha casa aos domingos, achando que já não tinha jeito, que a vida tinha chegado ao seu limite e que aquela pessoa especial na minha vida tinha se perdido em algum lugar desse mundo. Mas aí você apareceu, e transformou minha vida pra melhor nesses dois anos. Agora, é só eu olhar pra você que você me devolve uma careta ou uma cara de séria, que logo depois de desfaz e entrega um sorriso que é quase uma pintura para os meus olhos. Você sabe que eu sempre fui apaixonado pelos seus olhos. Mesmo que você não goste quando outra garota de olhos puxados passe pela gente, achando que ela estava olhando pra mim, reitero aqui que só você tem esse conjunto mágico: olhos amendoados com essa marquinha, covinhas absurdamente lindas e esse jeito de jogar o corpo quando sorri que é marca registrada. Claro que não tem nada melhor que passar os dias contigo, me sentindo amado, feliz, e sabendo que você sente o mesmo, porque eu já disse que eu era o último cara verdadeiramente romântico que sobrou nessa vida. Lembra das flores que você recebeu, e achou que não era para você? Lembra-se de quando eu parei a Oscar Freire para te pedir em noivado, e você ficou pálida, sem reação? Agora você acredita no que eu disse, não é?

Hoje, te escrevo uma carta à mão porque você é especial, você não é só a mulher da minha vida, mas também é a mulher que mudou a minha vida. Não poderia ser mais grato por essa feliz coincidência do destino em ter nos colocado naquele aplicativo, e após tantos anos achando que não tínhamos nada a ver, estamos aqui, selando o nosso compromisso para a eternidade. Eu te desejo muitas felicidades, muitas alegrias, e que compartilhemos 1.000 vezes mais momentos felizes dos que já compartilhamos. Eu sei, hoje é apenas um domingo meu amor, mas pra mim, cada domingo contigo é uma vida vivida de alegrias.

Do seu eterno companheiro,

Isma

PS: Essa mulher nunca existiu, nem as situações acima descritas. Projeto futuros em minha mente e de vez em quando escrevo aqui estes microcontos

VOCÊ ESTÁ SOZINHO NESSA. E ESTÁ TUDO BEM (Opa, não é bem assim)

Mr. Robot

Hoje acordei e li o texto da Cátia Rodrigues, no Obvious. Texto interessante, sobre como as pessoas iniciam suas vidas sob a proteção materna, e de como é a realidade do mundo, em que você se encontra solo daí pra frente. Bem, o texto diz bem sobre o aprendizado para a maioria das pessoas. Concordo com a Cátia quando diz que em verdade, estaremos sempre sozinhos, que o importante é aprendermos a nos amar, e etc. Como disse, talvez para pessoas que não sintam solidão constantemente, essa teoria pode rodar bem. Mas, para os que sempre vivem sozinhos, a questão é um pouco mais complexa.

Hoje, pelos relacionamentos superficiais, desencontros de interesses e vida dedicada à outras situações como trabalho, estudo, é cada vez maior o número de pessoas sozinhas em grandes cidades, o que não deixa de ser um paradoxo: as áreas com maior concentração de pessoas ao mesmo tempo é onde residem grande parte dos solitários modernos. Estes não costumam ter muitos círculos de amizades, e por isso acabam não tendo oportunidade de sair, ir à eventos em que normalmente costumamos ir em grupos, ou apenas da uma saída para espairecer. Claro, algumas formas diferentes de se distrair sempre estarão à mão, como fazer uma corrida, pedalada, um cinema ou simplesmente caminhar sem muito destino. Mas, sentar-se à mesa de um bar sozinho na sexta à noite passa a ser uma experiência um pouco triste quando se está sozinho, e por mais que você saiba que a natureza do ser em sua essência é esta, é difícil se conformar com esse status.

Elliot Alderson, da série Mr. Robot, exemplifica bem o cidadão moderno, não o comum, mas um cidadão que passa a ser cada vez mais aparente nas grandes cidades. Uma pessoa que vive consigo mesmo, e seus traumas, lembranças, desejos. Seu círculo social é pequeno, limitado à alguns familiares, amigos ativistas e mais nada. Convive diariamente com sua inconformidade com o mundo, ironiza o estilo de vida Starbucks, e passa noites em claro em frente ao computador ou seu Smartphone. Claro que Elliot é um caso extremo, mas com tudo na vida, não existem cortes secos, e nessa zona cinzenta que leva do extremo à norma, há um exército de pessoas sentindo-se solitárias e sem muita alternativa para mudar isto.

Portanto, os benefícios e aprender a conviver sozinho são bons até um certo ponto, quando isso passa a se tornar um comportamento frequente, a história de aprender que não existe ninguém ao seu lado e viva a sua vida consigo mesmo não é tão romântica e satisfatória.

Backpackers life – Holanda & Alemanha

I am amsterdam

Há exatamente 1 ano, eu pisava pela primeira vez fora do meu país de origem. Sim, para alguém com mais de 30 anos, hoje essa frase parece meio absurda, mas aconteceu. É isso só foi possível devido ao apoio (quase imposição, hehe) de uma pessoa muito especial, que me apoiou nessa experiência: Maya. Se fosse por esse cara aqui, sozinho, dificilmente eu teria tomado essa frente e seguindo com a viagem. E foi a melhor experiência da minha vida.

Lá estava o cara que começou a vida trabalhando em um supermercado, e passou a metade da vida em bancos de sala de aula estudando, agora realizando um sonho (sim, para muitos viajar para o exterior ainda é um sonho) de conhecer o velho continente. O planejamento há dois meses da viagem, os guias comprados (e um guia essencial que me foi dado pela Maya), as hospedagens e aquele frio na barriga de estar perdido no mundo, uau!

Nem acreditava quando, da janela do avião, pude ver as fazendas, pastagens, e a arquitetura muito diferente das cidades brasileiras. Sim, eu havia chegado (São e salvo) lá. Primeiro destino: Holanda. Esse pequeno país na Europa me fascina há anos pela cultura mais aberta, a visão de metrópole ou comunidade praticada pelos holandeses é bem diferente da de outros países, a começar por um tema que sou apaixonado: mobilidade, e principalmente através da cultura da bike.

Mochila nas costas, já em terras holandesas, e ninguém que eu conhecera por lá, chegou a hora de me locomover para o hostel. Essa é realmente uma situação em que você se coloca a prova de coisas que nunca fez na vida: estar em terras estranhas e não saber nem como ir para o hotel. A sorte é que hoje qualquer pessoa com um smartphone uma conexão  Wi-Fi (disponível no aeroporto) se vira muito bem em qualquer cidade, e dá-lhe Google Maps para todo lado! Peguei o ônibus que ia para o Stayokay hostel, primeira parada na Holanda, e o espertinho aqui mal sabia como funcionava o sistema de ônibus de lá. Lá você compra um bilhete que lhe dá acesso a utilizar as linhas por um valor fixo, e na hora da saída tem que passar também no leitor para registrar que está partindo. Não há catracas restritivas como o sistema brasileiro: tudo é aberto e você tem a consciência que deve pagar pelo serviço prestado.

Depois de uma caminhada de cerca de 2 quilômetros, cheguei ao hostel em que havia feito a reserva, próximo ao parque mais famoso de Amsterdam, o Voldelpark.

Tudo diferente, pessoas, línguas, e muitas etnias distintas habitando aquele hostel, que ao meu ver er mais focado para jovens entre 18 e 25 anos, mas tudo bem, eu estava lá pela primeira vez, e em meu quarto haviam casais com idades bem mais avançadas que estas.

E por incrível coincidência, havia um casal de brasileiros no mesmo quarto que o meu. Conversamos bastante sobre a experiência de Amsterdam, suas diferenças e os próximos passeios. Resolvi ir almoçar com outra brasileira que estava hospedada no hostel, e fomos experimentar uma comida do oriente médio próximo dos famosos canais de Amsterdam.

Logo depois, resolvi ir conhecer a cidade solo, munido da minha Nikon D7000, que havia levado para registrar esse momento tão especial. Foram tantas fotos que até perdi a conta: seus prédios históricos, museus com obras de centenas de anos e um povo comedido, mas com uma civilidade difícil de ver em nossas cidades brasileiras. Notei também a grande presença de estrangeiros, que devem incomodar muito os nativos da região, mas Amsterdam é uma cidade mais aberta, com todo tipo de pessoa que você possa imaginar.

E é claro, não podia faltar o aluguel de bicicletas, que eu tratei de fazer para conhecer a cidade do melhor jeito: pedalando. Lá você pode alugar uma boa bicicleta por cerca de 15 euros a diária, e entregar até o fim do dia mesmo (normalmente até as 20 horas). Andei por lugares bem diferentes das famosas fotos do centro de Amsterdam. Bairros periféricos, Campos abertos e vilarejos em que se notava o cotidiano de uma cidade europeia. Após esses dias na cidade, usei a internet da estação de trem para comprar os bilhetes para a próximos parada: Colônia.

E eu que mal conhecia colônia e só selecionei pela proximidade com Amsterdam, achava que não ia encontrar muita coisa por lá. Mas fui surpreendido por essa pequena cidade alemã, e de uma cultura milenar interessante. Ao chegar, notei que já era menos movimentada que Ams, mas é claro: Na holanda todo turista acaba caindo na capital. Já em Köln, é diferente: cidadezinha mais tranquila, bacana e organizada. Fui de trem até lá (cerca de 1 hora e 20 minutos) e passei por campos, pastagens, paisagens interioranas do norte da Europa. No hostel, o atendimento é bem diferente: apesar de despojado, você notava a organização e seriedade do alemão. Tudo era bem organizado: o hostel era branco e cinza, em móveis com temporâneos (ficava ao lado de um supermercado), com todas os requisitos de segurança possíveis (Chaves, travas, câmeras e afins). O acesso via wi-fi era liberado por uma senha individual, presente no seu cartão para acessar o quarto. Eu sabia da organização do alemão, mas você sentir isso pessoalmente é muito impressionante. Os horários eram bem seguidos como os do ar condicionado, de funcionamento das lojas e transporte. Como eu não conhecia a cidade, acabei ficando pelas redondezas do centro, com algumas saídas de bike por bairros e parques mais próximos, mas nada que extrapolasse 20 quilômetros de distância do hostel. Já no primeiro dia, tratei de alugar uma bike e pedalar pela cidade, para conhecer um pouco mais. Andei beirando a margem do rio Reno, o rio de muita história para a cidade. Falando em história, eu tive que conhecer o museu romano-germânico em colônia, que para mim, foi uma das melhores experiências nessa cidade. Tenho tantas fotos dessa viagem que não tive coragem de acessá-las para postar aqui (foram cerca de 3.000 fotos).

Ao final dos dois dias em colônia, voltei para Amsterdam, e agora fiquei próximo à estação de trem Centraal Station, um dos lugares de maior fluxo em Amsterdam. Os últimos dias foram mais tranquilos, exceto pelo Hostel que era uma bagunça só, o Bulldog Amsterdam, que para quem quer só zueira e conhecer gente (que fuma muita maconha) deve ser fantástico, mas eu estava mais tranquilo, então senti como se tivesse sido uma má escolha passar os últimos dias nesse hostel.

Na sexta, lá estava eu acordando cedo, arrumando a mochila e partindo para o Aeroporto, de volta pra terra natal.

Essa viagem foi simplesmente incrível: conheci gente nova, me aventurei por lugares (realmente) desconhecidos pra mim, tive que me virar sozinho e o melhor de tudo: aprendi a sair de uma zona de conforto que estamos quando já conhecemos tudo à nossa volta. Acho que toda pessoa deveria fazer um mochilão ao menos uma vez na vida, para notar como o mundo é grande e às vezes ficamos presos à uma parte muito pequena da chamada realidade.

Momentos da vida…

Esse post que eu vi no Twitter resumo bem meus últimos meses, Kkkkkkk.

Na boa, tem coisa que só dando risada dos próprios acontecimentos para superar, levar numa boa já que não foi tão grave assim, mas o momento parece bem esse: às vezes nos esforçamos, nos dedicamos, criamos expectativas positivas demais sobre a vida, e ela ironicamente faz questão de mostrar o contrário pra gente.

Aprendizados pra vida: leve os acontecimentos numa boa, não se sinta triste demais por erros cometidos, aprenda com os acontecimentos e continue escrevendo as próximas páginas do seu livro chamado vida 😉

Ajuda

heartbreaker

Pessoal,

Estou procurando algumas formas de esquecer acontecimentos recentes, mas ainda não sei como fazer. A situação é a seguinte: em maio, conheci uma garota, muito simpática, divertida e alto astral. Começamos a nos conhecer por cerca de 20 dias, e tínhamos muita coisa em comum (interesses, passeios, área de atuação, etc.). Acontece que o cara aqui acabou criando expectativas muito, mas muito diferentes da realidade. É como se eu projetasse nela um perfil ideal de mulher que eu esperava. Foi aí que as coisas começaram a dar mal: a minha expectativa de que as coisas iam bem, e a dela de que na verdade, estávamos apenas conversando e nos conhecendo mais. Realmente um desalinhamento de expectativas. Foi aí que, depois de conversarmos mais sobre isso, acabamos cortando o contato, cada um voltou a tocar sua vida como sempre foi. E o cara aqui, sempre sentimental, vira e mexe acaba se perguntando onde ela está, se está feliz, etc.

Meu grande desafio com as mulheres com que tive algo (seja relacionamento ou sentimento) foi esquecê-las. Não sou muito adepto do “se envolver com outra pessoa para esquecer a anterior”, daí o tempo para esquecer acaba demorando mais do que o de costume.

Se alguém tem alguma dica ou sugestão de como superar esses tipos de problemas, por favor escreva nos comentários abaixo ou sugiram algo, blz?

Valeu!!!!