Backpackers life – Holanda & Alemanha

I am amsterdam

Há exatamente 1 ano, eu pisava pela primeira vez fora do meu país de origem. Sim, para alguém com mais de 30 anos, hoje essa frase parece meio absurda, mas aconteceu. É isso só foi possível devido ao apoio (quase imposição, hehe) de uma pessoa muito especial, que me apoiou nessa experiência: Maya. Se fosse por esse cara aqui, sozinho, dificilmente eu teria tomado essa frente e seguindo com a viagem. E foi a melhor experiência da minha vida.

Lá estava o cara que começou a vida trabalhando em um supermercado, e passou a metade da vida em bancos de sala de aula estudando, agora realizando um sonho (sim, para muitos viajar para o exterior ainda é um sonho) de conhecer o velho continente. O planejamento há dois meses da viagem, os guias comprados (e um guia essencial que me foi dado pela Maya), as hospedagens e aquele frio na barriga de estar perdido no mundo, uau!

Nem acreditava quando, da janela do avião, pude ver as fazendas, pastagens, e a arquitetura muito diferente das cidades brasileiras. Sim, eu havia chegado (São e salvo) lá. Primeiro destino: Holanda. Esse pequeno país na Europa me fascina há anos pela cultura mais aberta, a visão de metrópole ou comunidade praticada pelos holandeses é bem diferente da de outros países, a começar por um tema que sou apaixonado: mobilidade, e principalmente através da cultura da bike.

Mochila nas costas, já em terras holandesas, e ninguém que eu conhecera por lá, chegou a hora de me locomover para o hostel. Essa é realmente uma situação em que você se coloca a prova de coisas que nunca fez na vida: estar em terras estranhas e não saber nem como ir para o hotel. A sorte é que hoje qualquer pessoa com um smartphone uma conexão  Wi-Fi (disponível no aeroporto) se vira muito bem em qualquer cidade, e dá-lhe Google Maps para todo lado! Peguei o ônibus que ia para o Stayokay hostel, primeira parada na Holanda, e o espertinho aqui mal sabia como funcionava o sistema de ônibus de lá. Lá você compra um bilhete que lhe dá acesso a utilizar as linhas por um valor fixo, e na hora da saída tem que passar também no leitor para registrar que está partindo. Não há catracas restritivas como o sistema brasileiro: tudo é aberto e você tem a consciência que deve pagar pelo serviço prestado.

Depois de uma caminhada de cerca de 2 quilômetros, cheguei ao hostel em que havia feito a reserva, próximo ao parque mais famoso de Amsterdam, o Voldelpark.

Tudo diferente, pessoas, línguas, e muitas etnias distintas habitando aquele hostel, que ao meu ver er mais focado para jovens entre 18 e 25 anos, mas tudo bem, eu estava lá pela primeira vez, e em meu quarto haviam casais com idades bem mais avançadas que estas.

E por incrível coincidência, havia um casal de brasileiros no mesmo quarto que o meu. Conversamos bastante sobre a experiência de Amsterdam, suas diferenças e os próximos passeios. Resolvi ir almoçar com outra brasileira que estava hospedada no hostel, e fomos experimentar uma comida do oriente médio próximo dos famosos canais de Amsterdam.

Logo depois, resolvi ir conhecer a cidade solo, munido da minha Nikon D7000, que havia levado para registrar esse momento tão especial. Foram tantas fotos que até perdi a conta: seus prédios históricos, museus com obras de centenas de anos e um povo comedido, mas com uma civilidade difícil de ver em nossas cidades brasileiras. Notei também a grande presença de estrangeiros, que devem incomodar muito os nativos da região, mas Amsterdam é uma cidade mais aberta, com todo tipo de pessoa que você possa imaginar.

E é claro, não podia faltar o aluguel de bicicletas, que eu tratei de fazer para conhecer a cidade do melhor jeito: pedalando. Lá você pode alugar uma boa bicicleta por cerca de 15 euros a diária, e entregar até o fim do dia mesmo (normalmente até as 20 horas). Andei por lugares bem diferentes das famosas fotos do centro de Amsterdam. Bairros periféricos, Campos abertos e vilarejos em que se notava o cotidiano de uma cidade europeia. Após esses dias na cidade, usei a internet da estação de trem para comprar os bilhetes para a próximos parada: Colônia.

E eu que mal conhecia colônia e só selecionei pela proximidade com Amsterdam, achava que não ia encontrar muita coisa por lá. Mas fui surpreendido por essa pequena cidade alemã, e de uma cultura milenar interessante. Ao chegar, notei que já era menos movimentada que Ams, mas é claro: Na holanda todo turista acaba caindo na capital. Já em Köln, é diferente: cidadezinha mais tranquila, bacana e organizada. Fui de trem até lá (cerca de 1 hora e 20 minutos) e passei por campos, pastagens, paisagens interioranas do norte da Europa. No hostel, o atendimento é bem diferente: apesar de despojado, você notava a organização e seriedade do alemão. Tudo era bem organizado: o hostel era branco e cinza, em móveis com temporâneos (ficava ao lado de um supermercado), com todas os requisitos de segurança possíveis (Chaves, travas, câmeras e afins). O acesso via wi-fi era liberado por uma senha individual, presente no seu cartão para acessar o quarto. Eu sabia da organização do alemão, mas você sentir isso pessoalmente é muito impressionante. Os horários eram bem seguidos como os do ar condicionado, de funcionamento das lojas e transporte. Como eu não conhecia a cidade, acabei ficando pelas redondezas do centro, com algumas saídas de bike por bairros e parques mais próximos, mas nada que extrapolasse 20 quilômetros de distância do hostel. Já no primeiro dia, tratei de alugar uma bike e pedalar pela cidade, para conhecer um pouco mais. Andei beirando a margem do rio Reno, o rio de muita história para a cidade. Falando em história, eu tive que conhecer o museu romano-germânico em colônia, que para mim, foi uma das melhores experiências nessa cidade. Tenho tantas fotos dessa viagem que não tive coragem de acessá-las para postar aqui (foram cerca de 3.000 fotos).

Ao final dos dois dias em colônia, voltei para Amsterdam, e agora fiquei próximo à estação de trem Centraal Station, um dos lugares de maior fluxo em Amsterdam. Os últimos dias foram mais tranquilos, exceto pelo Hostel que era uma bagunça só, o Bulldog Amsterdam, que para quem quer só zueira e conhecer gente (que fuma muita maconha) deve ser fantástico, mas eu estava mais tranquilo, então senti como se tivesse sido uma má escolha passar os últimos dias nesse hostel.

Na sexta, lá estava eu acordando cedo, arrumando a mochila e partindo para o Aeroporto, de volta pra terra natal.

Essa viagem foi simplesmente incrível: conheci gente nova, me aventurei por lugares (realmente) desconhecidos pra mim, tive que me virar sozinho e o melhor de tudo: aprendi a sair de uma zona de conforto que estamos quando já conhecemos tudo à nossa volta. Acho que toda pessoa deveria fazer um mochilão ao menos uma vez na vida, para notar como o mundo é grande e às vezes ficamos presos à uma parte muito pequena da chamada realidade.

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