Existe algo que liga às pessoas, interesses, vontades, metas e objetivos. Sem isso, fica difícil interagir ou ter companhia para as mais simples atividades da vida. Sair por exemplo é uma delas. Quando seus amigos já estão em outro estágio da vida, tendo filhos, casando, fica complicado ter um círculo social de longa data com uma boa frequência de interações. Dos vários fins de semana em casa, muitos se devem a não ter muita motivação para sair nos fins de semana. A faculdade já acabou, os colegas de trabalho são do trabalho, e a galera mais chegada da infância ou de outras épocas já estão em outros níveis de socialização. Pois é, chega uma hora que ou você se joga no mundo, ou acaba numa ilha dentro de uma grande metrópole. Não é à toa que os shoppings estão lotados, academias cheias e cinemas com lotação nos fins de semana: muitas pessoas estão procurando atividades que possam ser feitas sozinhas, simplesmente porque a sociedade está se tornando cada vez mais solitária.
Algumas causas podem contribuir para a socialização, como uma atividade física em conjunto, como pedalar, correr, ou atividades culturais como mostras, feiras gastronômicas ou eventos sociais como blocos de rua, festas juninas, etc. A internet é boa, mas ainda não existe algo que possa substituir uma boa conversa pessoal.
Oscilamos entre a solidão de multidões e a agradável comemoração típica brasileira com muitas pessoas e interação. Navegar entre os dois mundos sempre nos deixa com um Jet Lag social, que é relativo: eu posso ter um perfil mais reservado, enquanto meus amigos podem ser quase PR’s das baladas mais conhecidas da cidade.
No final, tem que haver algo que nos ligue, que nos conecte, sejam interesses em comum, causas ou revoltas (que não fez amigos durante os protestos? rs). Difícil é não ter algo e tentar conversar com as pessoas em situações diversas, uma dificuldade para os mais introvertidos.
[Rascunho de uns bons meses publicado agora mediante pequena revisão 😛 ]