Um dia após o meu aniversário, estava inscrito para o Workshop sobre Arduino que aconteceria no auditório da Telefônica, aqui em São Paulo. Confesso que fui meio desacreditado, por ser iniciante nesse mundo e por não ser muito sociável, além de não conhecer as pessoas da comunidade de desenvolvedores do Arduino.
Cheguei lá ainda desconfiado, achando que iria encontrar na maioria adolescentes e crianças entusiasmadas com as possibilidades de se programar nessa plaquinha bacana, mesmo lendo que os conteúdos desse workshop eram muito mais pertinentes ao público adulto (Marketing com Arduino, automação comercial, programação, etc).
E fui surpreendido quando entrei e vi pessoas como eu: jovens, adultos e senhores que trabalham em diversas áreas. Alguns eram estudantes, outros profissionais de web e haviam também profissionais que trabalhavam com programação e desenvolvedores. Como havia a divisão em duas áreas: Os mais experientes e os iniciantes, fui na primeira opção.
Minha experiência com o Arduino começou no ano passado, quando estava interessado em um sistema de iluminação em camisas que vi através do KickStarter. De lá pra cá estudei um pouco e comprei a placa e alguns componentes para fazer experimentações. Vi coisas fantásticas que entusiastas fazem com o Arduino pelo Youtube, e alguns exemplos práticos. Na verdade, a grande sacada do Arduino é que tudo nele é Prático! Não existe muita coisa somente por software: a placa serve justamente para alguma finalidade física.
Achei que iria entrar mudo e sair calado de lá, imaginando que o nível seria elevadíssimo e a galera já chegaria com seus projetos de nível hard demonstrando todas as possibilidades da plaquinha. Ledo engano: outro ponto que me deixou muito confortável no workshop foi que haviam pessoas em todos os níveis. Desde engenheiros que trabalham com programação até estudantes querendo terminar o TCC com a plaquinha.
A primeira palestra foi uma introdução do ambiente Arduino, demonstrando as placas, as aplicações e a evolução ao longo do tempo. Quem apresentou foi a turma do Embarcados, um grupo bem ativo nas questões de Arduino no Brasil.
A segunda parte da manhã foi sobre DOJO com Arduino. Uma forma prática de se escrever o código e documentá-lo. Conheci mais alguns membros do Garoa Hacker Clube, que foi um grupo que conheci pela internet e tive o prazer de conhecê-los pela primeira vez pessoalmente no largo da Batata, no Hack na Praça há umas duas semanas atrás.
[No almoço aproveitei para ir na paulista comprar uns cases e películas para o Phone]
À tarde, já passamos a ter palestras mais orientadas a negócios, como a da Robocore, demonstrando aplicações práticas do Arduino para ações Marketing e automação comercial.
Mas a palestra que eu mais gostei foi a do Manoel Lemos, do Fazedores, apresentando um estudo do movimento Maker no Brasil. Ele apresentou o cenário atual, fez um paralelo com a cena Maker nos Estados Unidos e motivou o público presente com as expectativas de crescimento no cenário brasileiro através do empreendedorismo de jovens e entusiastas como os que que estavam presentes no evento.
Por um momento quase perdi toda essa experiência, quando na sexta à noite estava pensando em não comparecer ao evento. Mais uma vez aprendi uma lição valiosa: Você precisa participar das coisas para que elas aconteçam. Não adianta navegar pela internet dentro de casa e assistir vídeos achando que você vai saber de tudo que está acontecendo ao seu redor. O mundo sempre foi e sempre será daqueles que participam ativamente das coisas, e junto com outras pessoas, promovem mudanças na sociedade.
Meu imenso agradecimento à este evento que me faz cada dia mais ver a tecnologia como uma forma de unir pessoas com interesses comuns, e promover o desenvolvimento para toda a sociedade. Certamente estarei na edição 2016 do Arduino Day!






